Eis a sensação de acordar depois de uma noite dormida no albergue, e embora para alguns de nós tenha sido a primeira sem o conforto de um quarto de hotel, devo dizer que pessoalmente fiquei com uma óptima recordação dos albergues galegos, pois quando comparados com os refúgios de montanha, dos Alpes e Pirinéus são verdadeiros hoteis de 5 estrelas...
Dado não termos dormido no dia anterior penso que ninguém estranhou o alojamento o corpo estava mais que necessitado de um colchão e umas horas de descanso. Para juntar à sensação de felicidade conseguimos acertar em cheio na escolha do restaurante para jantar o que ainda ajudou mais a um sono tranquilo e profundo. E ainda bem que hoje o dia ia ser longo e duro....
Era ainda noite quando saímos e alguns de nós íamos em busca de uma churreria vista no dia anterior com a intenção de degustar uns belos churros com chocolate quente ao pequeno almoço, mas caímos na realidade, a churreria estava ainda fechada e só abria muito tarde e o bar onde tomámos café só pelas 8 da manhã iria ter os ditos churros pelo que tirámos daí as ideias. No entanto, quando ja nos preparávamos para sair, eis que chegam os churros e ainda tive direito a um antes de iniciar a jornada, oferta do dono do bar... contrariamente a alguém que ainda hoje sonha com o churro que por vergonha não quis comer e que ainda mais se arrependeu quando soube que tinha sido oferta... há dias assim.... sorry!
Bem, depois das peripécias do churro partimos como sempre em alegre marcha que diga-se em abono da verdade contrastava um pouco com a imagem dos caminheiros solitários em meditação que também fomos encontrando pelo caminho. E para iniciar bem o dia logo com uma subida longa que nos levou a um ponto alto de onde pudemos apreciar a beleza do nascer do sol.
Continuámos por esse belo trilho e dentro de pouco estávamos no meio de um castanhal onde tivemos o prazer de encontrar um grupo de trabalhadores que apanhavam castanhas e trocar umas palavras com eles que contribuíram para animar os dia deles e o nosso também obviamente.
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Momento de animação nós e um grupo de trabalhadores que apanhavam castanhas |
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Entre Castanheiros com as serras da Galiza ao fundo |
Descemos ao vale e depois continuámos no caminho principal e fomos obtendo os carimbos necessários para conseguir a "compostela" (um mínimo de 3 carimbos diários) em pequenas lojas, bares, igrejas, etc..
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Uma das muitas igrejas do Caminho |
Parámos num pequeno bar para almoçar e iniciámos a nossa subida para o Cebreiro, a porta de entrada de Galicia, a nossa tão bem amada Galiza, berço da língua que falamos originária do Romance Galaico-Português e que tanto comparte connosco.
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Inicio da subida para o Cebreiro |
Assim depois de uma boa, dura e longa subida chegámos ao local onde um marco assinala o inicio das terras galegas.
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Marco que assinala o inicio da Galiza |
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pequena pausa para descansar as costas |
E pouco depois a bela aldeia do Cebreiro, onde tirámos a foto de grupo pela simbologia de estarmos a entrar na Galiza.
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Foto de Grupo após chegar ao Cebreiro para descansar da forte subida |
Esta aldeia tão pitoresca apresenta-se bela e misteriosa ao caminhante que nela entra, os edifícios todos à traça original e algum comércio turístico que não a descaracteriza.
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Nas compras... |
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Igreja do Cebreiro |
O albergue também muito bom e bem apetrechado que nos proporcionou um banho revigorante que nos preparou emocionalmente para um belo jantar num bom restaurante onde não faltou o Pulpo à Galega!
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O Albergue da Xunta de Galicia do Cebreiro |
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Ao jantar |
O trilho do percurso, 33 km, 1.347m de subidas e 609m de descidas
E assim acabou mais um bela jornada e fomos descansar pois no dia seguinte esperavam-nos mais de 40 kilometros até Sarria.