quarta-feira, 27 de maio de 2015

WEST TOUR - 82 km - Mais um limite superado!!!!




No final da tarde do passado dia 22 de Maio (sexta-feira) combinámos encontrar-nos 26 companheiros da luta no largo da feira da Malveira (Mafra) para apanhar o ultimo comboio (19:01) da linha do Oeste em direcção às Caldas da Rainha.

Tudo começou em 2012 quando nos propusemos fazer uma ultra caminhada de 40 km do castelo de Torres Vedras à feira da Malveira onde conseguimos uma boa actividade de 43km. No ano seguinte em Março de 2013 tentámos os 50 km com uma travessia do castelo de Óbidos ao castelo de Torres Vedras e mais uma vez ficou a vontade de ir mais além...

Nesta senda... em Outubro de 2013 tentámos os 60 km na grande rota das Lezirias onde conseguimos fazer 60 km entre a estação da Azambuja e a de Mato Miranda.

Ainda não satisfeitos... em 2014 efectuamos o Tour du Montenjunto, onde conseguimos chegar aos 70 km num périplo que contornou a serra de Montejunto desde Vila Verde dos Francos, Cadaval, Alcoentre, Abrigada, etc.... e claro.... o homem é um animal por natureza insatisfeito.... e quer mais...

Objectivo: Efectuar uma marcha de 80 km e assim tentar superar o limite anterior de 70 km.








Estação da Malveira

 

Estação da Malveira


Como já é hábito....fizemos a viagem em grande algazarra e alegria








E assim chegamos as Caldas pelas 20:25, tiramos a imprescindível foto de grupo...


A preparação da foto de grupo




E partimos para o restaurante onde nos esperava um belo e completo jantar pois a noite e o dia iriam ser longos e precisávamos de preparar o corpo com energia suficiente.





A entrada no restaurante




As mochilas




Pelas 22 horas, armados de frontais, iniciámos a marcha, noite dentro....


O brefing da partida

 






depois de passada a parte urbana dos arredores das Caldas entramos na noite em direcção a Óbidos por caminhos rurais e trilhos de pé posto, até junto da estação ferroviária. Em seguida por um troço da própria linha continuámos mais umas boas centenas de metros.


O grupo e as luzes dos frontais
Obidos



Mais à frente um troço não reconhecido revelar-se-ia inultrapassavel dado haver uma enorme vala pelo que tivemos de improvisar um pouco e com alguns desvios retomámos o bom trilho.

 
A Vala
 
 
A entreajuda para passar a vala
 
 

Passados os 1ºs 15 km de marcha que nesta altura rondava os 5,2 km/hora parámos na povoação de São Mamede (perto da Roliça) para o 1º descanso de 15 minutos, tirar as mochilas e comer qualquer coisa. Recompostos e cheios de energia lá continuamos rumo ao Bombarral rodeados de pomares de pêra rocha e alperces.


 



Pelas 3 horas da madrugada chegámos ao Bombarral com 25 km feitos, parámos no largo principal onde havia alguns bares felizmente ainda abertos que nos proporcionaram cafés quentinhos, descansar as costas e os pés com uma primeira muda de meias.




Na praça central do Bombarral










Depois do Bombarral entrámos na zona dos Eucaliptais os quais com o cair da humidade da noite encheram o ar daquele aroma inigualável da folha de eucalipto tão bom para as vias respiratórias.


A fila dos frontais


A lua





A marcha noturna

pelos eucaliptais





A noite começava a clarear e aos 35 km cerca das 6 horas, chegámos ao Outeiro da Cabeça, onde parámos como previsto mais 20 minutos para comer qualquer coisa e descansar mais um pouco. Aqui já 4 elementos acusavam o cansaço não tanto pela distância percorrida mas mais pela privação do sono e com muita pena nossa e deles ficaram na estação ferroviária onde apanharam o 1º comboio da manhã às 6:47h.




Mudança de meias e creme hidratante para reduzir o atrito nos pés e evitar as bolhas

A recuperação




Os preparativos para seguir viagem




Prosseguimos pelos caminhos dos eucaliptais onde assistimos ao nascer do sol, um frio que gelava os dedos principalmente nos vales mais escuros onde a vegetação conservava a humidade da noite e passámos a estação do Ramalhal onde felizmente não ouve neutralizações e continuámos rumo a Torres Vedras onde chegámos pelas 9:30h com cerca de 50 km efectuados e já acusando algum cansaço principalmente originado pela privação do sono.

Paragem de 5 minutos para tirar a mochila

Os vinhedos do Ramalhal








 



Ainda o eucaliptal


Nas proximidades do Ameal os tipicos morangais





Para o merecido descanso escolhemos o Arena Shopping onde pudemos descansar, tratar da higiene pessoal, mais uma mudança de meias, comer, beber um belo café americano comme il faut e relaxar  um bom bocado que durou cerca de 1 hora e meia. 


Chegada ao Shopping



Arena Shopping






Pelas 11 horas da manhã retomámos a marcha rumo as Termas dos Cucos, local belo e aprazível em minha opinião um verdadeiro cartão de visita da cidade de Torres Vedras. 



O grupo bem homogéneo nas margens do Sisandro




 

A beleza do Parque das Termas



Depois das termas continuámos pelos caminhos rurais do oeste até a povoação de Runa, onde já com 60 km nos pés, nos esperavam uns belos pasteis de feijão que já conhecíamos de outras caminhadas e onde tivemos direito a mais 20 minutos sem mochilas para descansar as costas e do calor que já se começava a sentir.


As vinhas da região demarcada de Torres Vedras em Runa


 

 



 
 


A sair de Runa





Em seguida, sentindo já o forte calor que nos acompanhava rumámos pelos vinhedos da região demarcada passando pelas belas aldeias de Caixaria e Ribaldeira, onde mais duas companheiras se separaram para neutralizar na estação de comboio de Dois Portos.


A igreja da Caixaria

pormenor
Pequena paragem para reagrupar já próximo dos 70 km


Da Ribaldeira partimos para a aldeia de Feliteira, já em terras de Sobral de Monte Agraço, onde faríamos cerca de 70 km e seria mais um possível ponto de neutralização. O forte calor e os cerca de 70 km que já tínhamos acumulados, começaram a fazer sentir os seus efeitos e muitos de nós começavam a acusar algum cansaço e saturação tendo nesta altura que ter usado de alguma força anímica que me restava para convencer uma companheira a não neutralizar e continuar connosco.

 




O merecido descanso cerca dos 70 km







  
  






O Sisandro na Feliteira












Spa Feliteirense




Na Feliteira a acusar o cansaço

 

Depois de nos refrescarmos na Feliteira e com muito calor subimos para a aldeia da Patameira de onde quase pudemos ver a totalidade do caminho que nos restava. E mais uma vez por montes e vales, pois a parte final do percurso foi a que apresentou mais desníveis com algumas subidas e descidas longas, continuamos o nosso périplo pelo coração do oeste que aqui já faz parte nitidamente da região saloia, quer na paisagem quer na arquitetura.


O moinho da Ervideira






Mais uma paragem de 5 minutos para tirar as mochilas



Grande Grupo este com quase 20 horas de caminhada ainda seguia com um bom ritmo





O moinho

Os campos da Patameira




Chegámos com cerca de 75 km à Enxara dos Cavaleiros, aldeia muito antiga, onde um pequeno café foi o nosso porto de abrigo para nos refrescarmos e descansarmos mais 15 minutos.

No final do percurso com mais de 75 km




A penultima subida
 



Depois deste descanso ainda tivemos que ultrapassar um outeiro e descer para a pequena povoação de Terroal onde iniciamos a longa subida para a aldeia e estação de comboios do Jerumelo.


A derradeira subida onde conquistamos os 80 km


Nesta subida e a apenas 2 km de atingir o objectivo o cansaço e a saturação fizeram com que 2 companheiras manifestassem vontade de neutralizar mas mais uma vez a força animica dos restantes conseguiu dar aquele toque de coragem e força e todos continuamos ladeira acima... 





A celebre subida do Jerumelo





 

Já depois de atingidos os 80 km



Mais ou menos a meio desta subida cumprimos o nosso objectivo e chegámos aos 80 km  e ainda fizemos mais cerca de 2 kilometros até ao inicio da povoação onde chegámos pelas 19:30h tendo alguns companheiros ido buscar 5 viaturas para transportar os restantes.

Chegámos ao largo da feira na Malveira onde nos esperava um belo cozido à portuguesa para recuperar o corpo de tão árdua tarefa!

Agora perguntam vocês... chegou esta actividade para parar esta busca de limites e tudo acabou aqui? ou faremos mais 10 km e tentaremos os 90 km?

Sinceramente penso que parámos por aqui mas como o futuro a Deus pertence e não gosto de dizer "nunca"... quem sabe se algum dia não tentaremos os 90 km?

Carpe Diem!