terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

PELOS CAMPOS DE LAPIÁS

Nos primeiros dias de Novembro conforme agendado la fomos a procura dos famosos campos de Lapiás. Ponto de encontro: Olelas, uma pequena aldeia  a vinte e poucos quilómetros a Norte de Lisboa, na região de Sintra.
Depois de contadas e conferidas as almas, partimos em direção à Pedra Furada nos arredores de Negrais, a terra do famoso Leitão.



Pelos campos de Olelas






Chegámos então ao famoso campo de Lapiás de Negrais e admirámos esta pérola de formações geológicas calcárias resultantes de processos cársicos que formam um verdadeiro bosque petreo labiríntico de notável beleza.



Lapiás de Negrais










Lapiás



Trilho dos Lapiás




Bosque de Lapiás


 Um verdadeiro bosque encantado digno de qualquer história infantil e motivador de grandes enredos de sonho.






Trilho de Lapiás

E para nos fazer voltar à terra depois de tão inesperada incursão por bosques do além, eis que surgem a nossa frente as antenas parabólicas da Marconi de negrais assim a modos de uma aparição sobrenatural no meio de um verdejante campo de couves...



Antenas Marconi - PT




Antenas no Couval de Alfouvar


Depois desta bela surpresa seguimos pelos campos saloios até à serra de Olelas onde visitámos as ruínas de um castro pré-histórico mais conhecido pelo Castro Eneolitico de Olelas.








Ruínas do Castro


Marco Geodésico da Serra de Olelas


Em seguida descemos até ao fundo do vale da Calada para voltarmos a subir e visitarmos a gruta do arco que faz parte de um sistema de varias grutas existentes neste maciço e que já serviram de abrigo humano nos tempos pré-históricos.




Gruta do Arco





Depois deste périplo pelos vestígios pré-históricos de Olelas dirigimo-nos a um local histórico religioso mais recente, o santuário de Nossa Senhora da Piedade da Serra, local de antigas romarias.



Santuário de N. Senhora da Piedade da Serra


Após uma breve visita ao adro do santuário, descemos a encosta do monte Marçabel e voltámos a Olelas com mais uns kilómetros acumulados à nossa já longa história.





Até à próxima!





segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

UM NOVO ESPÉCIME!



Eu que recusei ser cúmplice do meu par que atirou a toalha ao chão na Caminhada Ultra Longa das Lezírias, não sabia nem sonhava o que o futuro me reservava. Acabei por completar mais de 1.000 kms a palmilhar terras lusas com os NTI (Novos Trilhos Insanos) em 2013, com direito a diploma oficial e moinho de bronze e tudo.


Por trilhos que muitos considerariam impossíveis, cerrados canaviais e silvados, cercados, muros, nas mais diversas condições meteorológicas: chuva, frio, calor, lama, muita lama, atravessando riachos, ribeiros, pontes periclitantes, lá estive sempre a dar o meu apoio, enfim a cumprir mais do que a minha função…


A evolução natural deste Grupo de Caminheiros, levou muitos deles a lançarem-se nas aventuras dos Trails “à séria”, para o qual muito contribuíram: i) os 2 experimentos amadores organizados pelo Grande Insano; ii) as conversas recorrentes de Caminheiro bastante batido nessas andanças sempre muito solicito a prestar todos os esclarecimentos e constantemente a exaltar as maravilhas de tal actividade; e iii) o feito épico de 110 kms por terras castelhanas de Caminheiro aparentemente “embiasado”.


Foi vê-los a arquitectarem t-shirt, impondo-se decisões quanto ao logo e cor. Por razões de ordem prática, o amarelo duvidoso deu lugar ao preto com reflectores prateados.


Tudo pronto para a estreia oficial da Equipa, que ocorreu no passado dia 2 de Fevereiro em Bucelas. A excitação era tal que de véspera procederam ao levantamento de dorsais, com receio quiçá de não terem tempo para preparar o equipamento a preceito.


Por falar em equipamento, entro eu de novo. Eu alimentava a esperança de ficar a descansar após caminhada de sábado e não me meter nesse negócio do Trail. Nada mais errado, por via das dúvidas e em face do aviso da organização e das condições do terreno, recomendava-se o uso de bastões.


Na alvorada de Domingo de manhã, foi vê-los chegarem sorridentes, a exibirem orgulhosamente as suas t-shirts, sapatilhas e licras a condizerem com o evento, debaixo de um frio quase alpino convidativo a correrias pelos trilhos a fora.

Equipa Novos Trilhos Trail


Após o tiro de partida, foi ver a mancha negra a dissolver-se no pelotão, de acordo com o ritmo e condições que o esqueleto e a força de vontade de cada um permitem, sempre com a determinação e confiança adquiridas noutras andanças com os Novos Trilhos.
A mancha negra ao ataque
                                   
Após o km inicial em asfalto, foi o início das hostilidades: estradão esburacado cheio de poças de água, tal como uma estrada alfacinha que se preze; era ver os estradistas numa dança que se viria a revelar inútil na tentativa de evitar a água e sujar os Asics, Salomons XPTO e afins… Um mero aperitivo para a NHA NHA LAND que se seguiria; na primeira descida a bordejar vinhas de Arinto foi ver alguns concorrentes a perderem sapatilhas no lamaçal e a verem-se gregos para as reencontrar… (não consta que cortasse a meta, atleta parcialmente descalço), numa sucessão de subidas e descidas do lado de cá e de lá da CREL.


Por NHA NHA Land
                                             
Sensivelmente ao km 4, ainda hesitei e numa manobra pouco convicta, sob olhar atento de um voluntário da Organização, tentei dar por terminada a minha função e desconjuntei-me em vão. Nada comparável àquele passe de mestre da parte do meio do meu par nas Lezírias… Lá me recompuseram e foi seguir marcha…


Confesso que até me diverti e senti que fui de grande utilidade nas subidas mais íngremes, na poupança de articulações nas descidas, na transmissão de confiança nos lamaçais; até servi de arma de defesa contra um golpe de ricochete de cana segurada por parte de um atleta mais imprevidente…


E continuou...
                                             

TODOS os elementos da Equipa NT concluíram as respectivas provas, uns percorreram 15kms, outros 25kms, estes mais privilegiados já que tiveram direito a banho de rio e tudo. Por pouco escapou um lugar no pódio… Apesar de alguma dureza da prova, pude testemunhar a satisfação que reinava no seio do Grupo e da festa que faziam à medida que iam chegando







Acho que não estarei a exagerar se afirmar que se assistiu ao nascimento de novo espécime.

Eis o Homo Trailus Insanus:

Composição: Paulo Vieira