quinta-feira, 2 de maio de 2013

Por terras de Amieira do Tejo



Domingo pela fresquinha... saímos de Nisa pelas 8:45h rumo à Amieira do Tejo, pequena aldeia situada nas margens do Rio do mesmo nome no Norte Alentejano, numa região de transição entre a Beira Baixa e o Alto Alentejo, terra natal dos meus antepassados paternos e onde passei muitas férias de verão, natais e páscoas... terra dos carinhos dos avós, das touradas de verão, do castelo medieval, das brincadeiras e convívios familiares na lareira grande... nostalgias.... felizes!

Castelo de Amieira do Tejo


Parámos na praça do castelo, mandado construir em 1350 por D. Álvaro Gonçalves Pereira, prior da Ordem do Hospital, pai do futuro Condestável D. Nuno Álvares Pereira.
Iniciámos o percurso marcado, PR1 - Trilho das Jans (segundo a lenda local as Jans eram fadas que entravam a horas mortas pela chaminé e teciam o linho em troca de um bolo deixado a cozer nas brasas) e seguimos pela rua da Barca, rua das recordações onde viviam os meus avós.


 


Seguimos rumo ao Tejo através do percurso oficial em sentido contrário bem à moda dos NOVOS TRILHOS pois ao contrário o declive é mais acentuado.... rumo ao Tejo pelas quintas que aqui se chamam tapadas e pelos caminhos rurais que aqui se chamam quelhas

   
Uma quelha entre tapadas

E o Tejo aparece rapidamente na sua imponência de maior rio da península, rio que divide... o norte e o sul, as montanhas das planícies, rio que une... populações ribeirinhas, o Oeste e o Leste, Espanha e Portugal... o Rio!

Vale do Tejo
 

Chegamos à Barca de Amieira, local onde outrora se atravessava o rio numa barca que levava pessoas, animais e veículos (carros) e servia a estação ferroviária na margem oposta. Segundo a Lenda passou neste local o funeral da Rainha Santa vindo de Estremoz a caminho de Coimbra.



Cais da Barca da Amieira, na outra margem a estação ferroviária





E eis o famoso muro da sirga, caminho construído ao longo das margens do rio que tinha como objectivo permitir a tracção de barcos por meio de animais. A sirga era o cabo de sisal utilizado para rebocar os barcos a partir da margem. Este caminho foi progressivamente abandonado com a chegada do caminho de ferro e a construção das barragens de Belver e Fratel.

O muro da Sirga
   

A ribeira de Ocreza a desaguar na outra margem.


Ribeira de Ocreza


Depois de alguns kilometros no caminho da sirga observando a beleza do rio inflectimos para sul e iniciamos uma subida fortemente inclinada no cimo da qual podemos observar uma ampla vista desde a barragem do Fratel, Gardete, as serranias da Beira entre as quais a serra da Estrela ao longe ainda com neve.


Subida das Barreiras do Tejo
Barragem do Fratel
   


Voltamos às planícies alentejanas, aos sobreiros, ao granito e às giestas amarelas nos caminhos de muros de pedra e paisagem ondulada.


A planície com a Serra dos Envendos ao fundo
   

  


Vila Flor, pequeno lugar com apenas uma rua onde jazem as ruínas da sua outrora igreja matriz constitui uma pitoresca aldeia que bem ilustra a região.


     

Continuamos o nosso passeio pelo vale que vai dar a mais importante fonte de Amieira, a chamada fonte da Cal, fonte que jamais secou mesmo nos mais secos estios.





Com o Castelo à vista passamos ao vale da ribeira de Álvaro Gil pelo caminho das pitorescas hortas construídas em socalcos pelo vale da ribeira nos contrafortes da encosta do castelo.


Amieira do Tejo ao fundo
Horta ao fundo


O Castelo no alto

Chegamos à Fonte de Álvaro Gil e subimos para a povoação pelo caminho detrás do castelo onde chegámos à praça de armas e finalizámos a nossa atividade.



 


19 km done! Depois dos habituais alongamentos e uma cerveja para retemperar as forças, regressámos a Lisboa com os olhos cheios de belas paisagens e aventuras prontos para mais uma semana de stress!





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