Era uma
mensagem como outra qualquer.
Um convite
para uma caminhada igual a tantas outras.
Com certeza
que sim. A outra opção para esse dia seria: dormir até mais tarde, aborrecer-me
a ver o tempo passar e ficar mais velho, logo, mais rabugento.
Montachique?
Já conhecia! E depois? Se há coisas que devemos fazer com frequência e as vezes
que nos dá na gana, é sentir o contacto com a natureza. Seja onde for há sempre
coisas novas para ver. O que não vemos hoje, amanha há-de ser visto. As serras,
os montes, os prados, as árvores, as planícies, estão em constante mudança. A
luz que a manha nos trás, tem tonalidades diferentes todos os dias e todos os
dias nos encanta. É por esse encanto e porque doutra maneira não chego tão
perto do sonho, que caminho ao encontro da pureza que a terra ainda conserva. E
depois: andar a pé é o nosso destino! Fazemo-lo desde que nascemos! E só não
vamos a pé para a eternidade porque nessa altura já as pernas não suportam o
corpo.
Lá fui.
O ano estava
no fim e acabar com uma caminhada era magnífico. Sabia que ia encontrar caras
amigas, caras conhecidas e caras novas, também amantes destas aventuras. Estava
a léguas de imaginar que a ultima caminhada do ano, era o começo dum novo
tempo, doutras andanças, mais aventuras, outra visão dos espaços ao ar livre,
sentir mais terra debaixo dos pés que a vão pisando, unir o remanso da planície
ao duro cume onde chegamos extenuados abrindo a alma para que o horizonte nos
compense.
O ano velho
terminou em Montachique, para alguns foi apenas mais uma aventura, para outros…
bem, tou cansado!
O ano novo
começou em Alhandra. Mais trilhos conhecidos, mais paisagens já guardadas. Mas,
havia algo novo, havia qualquer coisa boa que estava a acontecer. Depois vieram
mais outras e vieram amigos que trouxeram “outro amigo também” e disseram
“venham mais cinco duma assentada” enquanto eu, no meu papel de melga
peçonhenta, não arredei pé nem arredarei por nada. Se não me quiserem,
tornar-me-ei transparente para que não vejam quem os anda a melgar.
Enchi o
peito com lufadas de ar puro
Lavei os
olhos com as gotas da geada
Estiquei as
pernas pelos trilhos de chão duro
Vivi meu
sonho, no silêncio da cumeada…
Foi um ano
cheio. Fiz amigos que têm pachorra para aturar as minhas tonteiras, e aprendi
que o tempo não nos mata, apenas nos dá idade. Mas a idade não nos tira nada
enquanto o espirito estiver são e nos empurrar para a vida, que só existe
quando a vivemos bem!
Foi um ano
cheio e este já leva que contar. Mas isso fica para outras folhas de papel…
joaocasaldafonte
Que linda forma de escrever João, sempre em grande!
ResponderEliminarBoa companheiro! Ficamos aguardar as outras folhas de papel.
ResponderEliminar:)
ResponderEliminarObrigado pela partilha ...( João Pessoa ) :)
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