Corria o Ano de 1969 quando a
ultima habitante de nome Gertrudes deixou a sua aldeia natal de Broas e
foi viver para a aldeia mais próxima Almorquim, deixando para trás as
hoje ruínas do povoado, um típico casal saloio que foi crescendo
chegando a conter 7 famílias mas por falta de vias de acesso entrou em declínio e se transformou numa aldeia fantasma. Assim ficou quase como que congelada no tempo com sua típica arquitetura saloia e o modo de viver do seu povo.
Partimos
do Carvalhal, simpática aldeia encravada no verdejante vale do Lisandro
nos arredores de Mafra com um sol brilhante, temperatura baixa mas sem
vento o que se traduziu num simpático dia primaveril e lá fomos por
belos caminhos rurais acompanhando o curso da ribeira de Cheleiros lá do
alto rumo aos moinhos de Almorquim.
Faião,
aldeia pertencente à Terrugem, já existente nos tempos do domínio
Visigótico foi a primeira localidade atravessada, que nos prendou com a
sua arquitetura tradicional e com a brancura das suas casas.
Rumo
a ribeira de Cabrela fomos descendo para o vale atravessando os
diversos cursos de água cristalina, ouvindo o canto primaveril dos
rouxinóis.
Mas
antes da famosa aldeia de Broas movia-nos a curiosidade de conhecer
umas tais cascatas da ribeira de Fervença, onde depois de algumas
atribulações chegámos e pudemos observar toda a beleza exótica deste
local que seria perfeitamente idílico não fora o lixo da indústria da
pedra existente no local, mas mesmo assim não deixa de ser um local
digno de visita tão maltratado pelas respectivas autoridades
administrativas de Terrugem e Sintra respectivamente.
Por Bosques e vales encantados, túnel do texugo,
bosque dos caçadores, pego da asna....
Fomos-nos cruzando com outros aventureiros que à nossa semelhança aproveitavam
cada um à sua maneira este dia primaveril, um grupo de viaturas TT a
atravessar a ribeira de Cabrela e outro pequeno grupo de caminheiros
conhecidos de alguns dos nossos.
Fazendo sinais no chão para os caminheiros que vêm atrás...
Chegámos
finalmente a aldeia de Broas no final de um pequeno trilho de pé posto,
mas para nosso espanto a aldeia estava mais habitada do que poderiamos
esperar pois o grupo de TT aproveitou este local para o seu piquenique
ao ar livre, transformando o ambiente fantasma da aldeia numa animada
festa.
E
lá fomos a completar o nosso périplo até ao Carvalhal mais uma vez com a
alma mais tranquila e serena, o cérebro mais leve e as botas mais
pesadas com a lama do caminho!
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