Foi dito, em tempos já remotos,
por alguém de saber atinado, com grande sentido de observação e excelente
conhecedor da raça que se auto promove como humana, que, e cita-se: “o
malfeitor volta sempre ao local do crime!”.
Foi com certeza uma observação
feita conhecendo causas e efeitos e baseada em factos concretos credíveis e sem
o mínimo de afinidade com o disparate. Por isso, que se saiba, ainda não foi
contestada tal teoria, nem de outra haver que contradiga tão profundo
pensamento. E mais, acontecimentos recentes, vêm dar alguma luz de
credibilidade a este pensamento tão perspicaz e que tantos agentes da
autoridade tem deixado nos locais, onde os fora da lei colhem frutos, esperando
que estes lá voltem para se cobrirem de orgulho pelo brilhante feito ali
deixado (a AR podia ser um bom exemplo para dar provas do facto só que os mal
feitores nunca são apanhados). E que acontecimentos são esses? Pergunta-se…



Depois de alguns anos, ao ler a
história, tudo parece fácil e dar palpites é como comer tremoços para empurrar
umas bejecas.
Para se concretizarem planos na actualidade,
tem de haver estudo aprofundado e prevenir eventuais represálias por tentativa de
plágio dum crime que tanto deu gosto em cometer.
Pois quem proferiu em tempos essa
tão preciosa frase, “o malfeitor volta sempre ao local do crime!”, neste caso
não se enganou.
Os malfeitores decidiram voltar
ao local do crime, e foram. Muitos repetentes e outros tantos novos.
Para que os historiadores daqui a
uns anos percebam à primeira e não inventem leituras complicadas para encher
programas de TV, aqui se contam as razões dum retorno à cena afrontosa sem que
os povos figurantes deitassem mau olhado ou tentassem boicotar o desempenho das
personagens principais.
A data: dias de festa na cidade,
o St padroeiro António
Convidou para a sardinhada
Toda a gente bem animada
Lá dos bairros e cercanias
Foi um festim casamenteiro
Com marchas e alecrim com cheiro
E fados nas noites vadias
Em Alfama já cantara o galo
Servia-se o almoço na Graça
A Mouraria estava um regalo
Em Santa Catarina virava-se a
taça
Desde o térreo paço ate à Sé
Por vielas e escadinhas
calcetadas
Entre gente regozijando com fé
Estendiam cor pelas ruas
engalanadas
De colina em colina fundaram um
reino
Expandiram nas avenidas as folhas
serranas
Vincadas as marcas de opulências insanas
Nada será como antes na cidade mais
amada
Ao contrário de Moniz terão porta
escancarada
E quando de lá vierem com mochila
esgotada
Mostram sorrindo alegria p’la
cidade conquistada…


No retorno ao local do crime os
invasores foram abençoados, resta dizer que estão absolvidos de todos os crimes
e podem voltar sempre que quiserem e a qualquer hora… Lisboa, as suas colinas,
os seus miradouros e os seus bairros são uma via aberta sempre engalanada e
pronta a receber toda a insanidade que por lá passar.
Isto é para os historiadores
perceberem, daqui a trezentos anos, o significado daquelas estátuas debaixo daquele
cipreste enorme no jardim do Príncipe Real…
Os meus agradecimentos aos artistas que fizeram as belas fotos que ilustram o texto:
Lena; Luísa; Carlos; Cristina; Zé&Dina e peço desculpa se me esqueci de alguém...
AS fotos não estão cronologicamente em sintonia com o texto mas isso também não interessa para nada, ou interessa?
joaocasaldafonte
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