Atracamos em Salir,
Era manha a dar pó torto,
E com o sol tentado abrir,
Deixámos dunas guardando o Porto.
Pelos confins de matas densas
Pelos caminhos de areias finas
Sapateando passadas tensas
Passámos céleres, o pontão para as ravinas
À direita o mar cantava
Baladas da sua seara
À esquerda o campo bailava
A dança que o vento soltara
Fustigados por brisa endiabrada
Embalámos por arribas à desfilada.
E como elegante cabritada,
Saltita-mos, por sinuosa encruzilhada.
E então nas dunas que deixa-mos,
Abriram-se as portas dum céu ensarilhado
Foi tentação que o nos fez por lá entrarmos
Subindo três, descendo dois, e um p’ró lado.
Foi-nos servido como recompensa
Lauto final, num areal a reluzir.
Voando baixo, fizemos a festa imensa,
Pela ladeira, daquele Porto que tem Salir.
joaocasaldafonte
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