segunda-feira, 21 de outubro de 2013

as artrozes os moinhos e a ginginha...





Vindos duma aventura extra longa
Com o corpo ainda derreado
Chegaram num tufão a fazer onda,
Nas velas dos “Moinhos do Milharado”

À hora marcada, por quem comanda a coisa,
Nas ruas do condado, de mui nobre Sapataria,
Foi encontro confirmado numa pauta de lousa,
No local onde “Sizandros”, viu partir a romaria

Algazarreando atreveram-se seguindo em linha
Começaram cedo, pelo terreno de corte empinado,
E sem receio fundiram-se ao caminho que só acaba lá por cima,
Desafiando os dons do soro, para os corpos injectado

Era dia de firmeza e convicção,
No que às motoras respostas respeitava,
Foram dados poucos metros, para cumprir a missão,
Sem cuidar de escutar, o que o quórum aguentava

Dos poucos metros que sem dor foram subindo
Por ladeiras sem adornos, mas com mato como adereços,
Respeitosamente, sem protesto, foram cumprindo,
Rodando à volta de moinhos enfunados nos cabeços

Houve tempo para a merenda matinal
Num estádio, não contemplado, na Europa 06
Por ali andou a insanidade, a cumprir o ritual,
E o estádio foi contemplado, por imoralidade sem leis

Não defraudados por evento tão avaro
Pois em sorte saiu-lhes os cumes da terra
Viveram o salutar e audaz preparo
Enterrando o machado de hipotética guerra

Chegados a “Sizandros” mais frescos do que a ida prometia
Foram conduzidos à mesa ornamentada de abundante doçaria
Não tendo maneiras de Bobone nem fobia pela sensual caloria
Engoliram com avidez os bolos, oferta de quem lhes fez companhia

E quem foi a companhia de mãos tão largas?

1º os cavalheiros (aqui é assim)  
Da companhia chegou com mais um pois então
O furriel miliciano promovido a Capitão

Depois as senhoras (estejam em que lugar estiverem estão sempre em primeiro)
Com um sorriso no olhar que deus lhe deu
Mostrou como fica bem mais uma estrela no Céu

Com elas a ginginha fez cantar
Uns parabéns a você de fazer chorar
E para que nada faltasse
Ouviu-se gritar bem alto… YEEESSSSSS

joaocasaldafonte



sábado, 19 de outubro de 2013

Pela Costa Oeste II


Travessia Areia Branca - Santa Cruz



Depois de superada a logística dos carros para permitir a caminhada em linha partimos para a Areia Branca onde chegamos cerca das 9:00 horas, foi chegar, estacionar, agrupar e partir que se faz tarde! Não se pode brincar que se faz tarde, até porque há por aí uns cronistas que têm sempre a pena a jeito para escrever e um homem não pode dar assim o flanco de barato e ao grito de "Bora lá Pessoal!" iniciámos a hostilidades matinais rumo a sul.


Praia da Areia Branca






Atravessámos a ponte sobre o Rio Grande da Lourinhã e subimos a aldeia da Atalaia.


Ponte sobre o Rio Grande



Atalaia - Moinho




Pormenor do Moinho


Voltámos as arribas e ao descer pelo trilho habitual junto a praia da Peralta, demos de frente com um portão fechado a cadeado. Tentámos então de um dos lados contornar a propriedade para chegar a dita praia mas o vento não estava la muito a favor e fomos ter a um cerrado canavial que com algum esforço e muita força de vontade conseguimos ultrapassar...


Procurando uma alternativa







E por fim depois daquele obstáculo difícil lá nos apareceu a praia da Peralta.


Praia da Peralta


Continuamos pelas arribas subindo... 






E descendo...






até ao antigo Porto das Barcas e suas ruínas onde aproveitámos para fazer a primeira paragem, o Banana Time.








Pudemos admirar as esculturas que embelezam a praia.








Continuamos pelo areal e subimos uma ravina difícil até ao topo da arriba que calcorreamos até a enseada de Porto Dinheiro.


Subindo uma ravina


Costa Oeste



Mais uns kilómetros e chegámos a praia de Valmitão onde mais uma vez subimos uma difícil e íngreme arriba e continuamos la pelos cimos em ondulante piso.


Valmitão


Valmitão

A dada altura uma das nossas mais ilustres companheiras caiu num piso ondulado e escorregadio e daquela simples queda resultou um golpe no braço mais ou menos profundo. Decidimos então rumar ao Hotel Golf Mar e chamar um táxi para levar a nossa colega ao Hospital da CUF em Torres Vedras. Assim rapidamente a nossa colega foi transportada ao Hospital onde foi adequadamente tratada e nós continuamos o nosso périplo.


Hotel Golf Mar

Aproveitámos este incidente para fazer a habitual segunda paragem na praia de Porto Novo e,


Praia de Porto Novo




prosseguimos pela praia de Santa Rita.





Praia de Santa Rita



Atrás da Praia existem umas elevações que decidimos subir para ver as vistas que se revelaram fantásticas e justificaram o esforço.












Depois de descido o morro subimos por uma duna de areia muito inclinada para divertimento dos caminheiros que davam 1 passo para a frente e dois para trás... mas ao fim de muito esforço vencemos a duna e,





continuamos pelas belas arribas de Santa Rita e finalmente avistámos Santa Cruz,


Santa Cruz à vista


Praia



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Torre

a estância balnear do Oeste por excelência e pelo areal rumámos ao nosso objectivo a praia formosa que faz o jus ao nome pois é das mais belas da região!


Penedo do Guincho

Depois da caminhada passamos pelo hospital onde estava a nossa colega que já nos aguardava na recepção tratada e com um belíssimo e jovial aspeto, pronta para mais aventuras e assim acabou mais uma aventura dos NOVOS TRILHOS!



sexta-feira, 18 de outubro de 2013

YESSSSSSSSSSSSSSS







Eldelweiss Foto: Céu Miguel



Fabricados em terras de valsas, Mozart, altas montanhas, eldelweiss e gente trabalhadora e disciplinada, acalentávamos a legítima ambição de servir caminheiros, no seu calcorrear de trilhos perfeitamente delineados, rendilhados de flora alpina, ainda que em clima austero, em atitude de harmonia e comunhão com a Natureza. Enfim, para nós o Mundo não era mais do que um Postal da “Música no Coração.

Destinados originalmente para loja em Salzburg, acabámos por ser desviados para Lisboa. Isso até nem nos preocupou dado os comentários que ouvimos acerca dessas gentes de países periféricos: “esses tipos do sul não querem trabalhar, são todos uns preguiçosos”, “só sabem gastar o que nos custa a ganhar e poupar”, “só querem praia”, “deslocam-se 27m que sejam nos seus BMW, Mercedes e Audis só para tomar café”, “levantam-se tarde”, “desporto para eles é futebol de sofá e de café” … bla bla bla


Pelintras como estão e calões como são, legitimamente acalentámos a esperança de nem sair da loja. Até que nos aparece fraulein, que de Maria Von Trapp, nem o nome, determinada a levar 1 par de bastões. Lá explicava à empregada que precisava de material novo por causa de incidente ocorrido em “combate”, num linguajar que para nós ainda era pouco inteligível.

Após 1 semana de descanso, e para nosso espanto, bem cedo junta-se a um grupo chefiado por um tipo de tez morena, com voz talhada para cantar o fado de Coimbra, e desatam a percorrer caminho que de trilho tinha muito pouco, só parando umas horas depois para o que chamaram de “banana time” (vá lá que isso percebemos…). A toque de caixa, lá prosseguiram a marcha e quando os ânimos já esmoreciam alguém lá do fundo grita qualquer coisa como “porrrrraláanimarrrrrizzzztooo uuuuhh huuuhhh”. Ainda fizeram uma breve pausa para almoço e chegados ao fim passaram ao “alongamento time”, rumando depois para o café mais próximo para tragarem cerveja, com os mais fanáticos a discutirem rankings, a verificarem kms percorridos e altimetria da jornada, entrecortado por delírios sobre o desenho da caminhada, até se despedirem prometendo reencontro na semana seguinte. Só podia ser piada: 1 caminhada, ainda é como o outro, mas consecutivamente, IMPOSSÍVEL!


Momento de rara felicidade, Ruta del Cares, Picos da Europa



Pois não é que, semana após semana, a cena repetiu-se e foi piorando. E sempre utilizando palavras de código, num léxico nem por isso variado e que inclui: “insanidade”, “caminhada parcialmente reconhecida”, “doçaria regional”, “nha nha”, “nham nham”, “folha de plátano”, com slogans repetidos até à exaustão: “Bora lá animar isto”, “O bolo é de quê”, “Queremos almoço”... tratando-se por nomes aparentemente sem sentido e que não constam dos respectivos documentos de identificação.

Nunca percebi o que motivava aquele Grupo de fiéis mas NADA os parecia travar: madrugar aos sábados e/ou domingos, enfrentar intempéries, chuvas (e muita), calores tórridos (40º), densos nevoeiros (desafiando alertas de todas as cores imagináveis e outras), transpor obstáculos naturais (ribeiras, canaviais, silvados) e outros (vedações electrificadas, cavalos em fúria, agricultores ressabiados), percorrer pisos irregulares, cheios de lama, cascalheiras, areais… NADA; chegaram ao cúmulo de almoçar, imagine-se numa manjedoura de um curral, com um deleite de quem estava a degustar uma refeição no Tour d’Argent.

Acresce ainda que nem manutenção do material a “Julie Andrews” se dignou a fazer. Estamos para aqui cheios de lama, mossas, raspões, desfigurados, enfim um horror! E pior, nem descanso nos dava já que tínhamos de passar o resto da semana trancados na bagageira da viatura, a sofrer as agruras de deslocações diárias (escutar vitupérios dirigidos a outros condutores que fariam corar a mais desbocada das vendedeiras do Bolhão, sofrer com acelerações e travagens constantes, etc.).

Ultimamente meteram na cabeça que haveriam de fazer 70kms e lá discutiram os planos. Foi aí que comecei a conjecturar, a forma de nos livrarmos deste karma. Sim que não fomos feitos para isto. No entanto, o meu par pareceu pouco convencido e com hesitações próprias de quem se rendeu à causa da insanidade dos NT (Não Trilhos).

A oportunidade surgiu nessa caminhada que afinal encolheu para os 65kms; iniciaram as hostilidades às 5h30m e ao nascer do dia passaram uma vala, eu encolho-me e salto para o lado. Metros depois, vejo o ar estupefacto da “Julie” a solicitar ajuda para recompor o bastão que encolhera sem explicação. O Chefe desiste de resolver a charada. Outra caminheira, que afirma ser versada na matéria, apercebe-se que falta a parte do meio. A “Julie” não se conforma e, não se dando por vencida, volta para trás à minha procura. Ora eu não lhe iria dar essa satisfação e ela acaba por cancelar a busca , até porque ainda se arriscava a nunca mais apanhar os restantes caminheiros e a ficar irremediavelmente para trás no ranking. Assim que me senti vitorioso soltei um valente “YEEEEESSSSSSSS”!

P.S. Quanto a meu par, desejo-lhe boa sorte pois parece que se vai juntar a bastão italiano que consta ser de estimação

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A revolta do chão que pisei

Agora que passou o trauma, chegou a altura de vos convidar a ler o relato do que realmente aconteceu naquele dia fatídico. Foram dias duma depressão imensa, aqueles que se seguiram ao violento nó cego que levei dum pedaço de chão que acordara mal disposto. Fui acompanhado por um psicólogo que à terceira sessão pediu escusa para me aturar retirando-se para um convento de monges, pouco dados à fala, a fim de encetar uma desintoxicação de delírios mentais que ouvira naquelas três sessões de oratória demente. Não sei se já recuperou, mas o seu olhar não denunciava coisa boa quando me tentou estrangular. Adiante, vou deixar as lamechices e começar por onde se devem começar os relatos, ou seja, pelo princípio, as coisas têm de ter princípios.
O corpo humano tem vários órgãos que só incomodam quando têm fartura daquilo para que estão destinados a guardar. Um desses órgãos é a bexiga que, quando já não tem espaço livre, empurra, o que a empanturra, para um canal de irrigação que vai desde a sua porta à torneira que pende murcha e sem mais nenhuma função do que dar destino à carga que a bexiga lhe envia e, com ela, dependendo dos locais, rega plantas, faz rupestranices nos azulejos ou encharca a tampa da sanita quando nos esquecemos de a levantar.
Numa caminhada a bexiga transborda com facilidade, devido aos líquidos que se bebem, enchendo o canal de irrigação que vai empurrando todo o fluido para ponta da torneira. Esta nem sempre pode ser aberta quando mais necessitamos. Tudo à nossa volta é um imenso WC mas não podemos, em espaço aberto, expor as nossas virtudes podendo correr o risco dessas virtudes se tornarem motivo de chacota e o calvário da nossa vergonha. Procuramos então a traseira de uma arvore uns arbustos frondosos uma gruta desabitada um pedregulho vistoso ou um caniçal cerrado.
Foi protegido por um desses caniçais que dei asas ao aperto que me consumia à já algum tempo. Deixei todo o suco mictório sair desalmado, aliviando a carga que me causava desconforto e deixando espaço para que nova carga ocupasse o lugar deixado vago. Parecia que a bexiga tinha crescido nas últimas horas tal o tempo que levei a despeja-la.
Quando o diluvio terminou já todo o pelotão passara e eu, cá por trás, atrasado, tentei encurtar caminho passando por um campo de abóboras. Nunca o ditado… «quem se mete em atalhos mete-se em trabalhos» teve tanta razão de ser um sábio e prudente pensamento popular.
De repente e sem nada que o fizesse prever, a catástrofe.
O chão ergueu-se da sua cama seca e árida e bate-me, com a fúria de quem está a ser violado, no nariz, a maior saliência que encontrou e na boca, para que ninguém mais fosse atormentado pelos disparates que dela saem.
Não sei porquê! Talvez, irritado por lhe ter molhado a casa!? Talvez cansado de tanto ser espezinhado pela insanidade de quem calcorreia pela sua pele estaladiça!? Sei que dei por mim a tentar perceber o que se passara e com que objecto havia sido atingido? Um triciclo? Uma bicicleta? Um automóvel? Um camião TIR? Um avião? O… Mike Tyson? Enquanto tentava resposta a tantas questões fabricadas na minha mente confusa, dei por mim esvaído em sangue que me saia pelas ventas do nariz inundando o chão, tal como fizera a urina quando lhe abri a torneira.
A névoa que me não deixa ver e pensar com a destreza e celeridade com que as pessoas normais raciocinam, abriu-se um pouco e deixou que a minha massa cinzenta tivesse um laivo de lucidez para concluir que, seria proveitoso, para mim, pedir ajuda a alguém que ainda estivesse por perto e que ouvisse o que naquela altura eu melhor conseguia replicar como pedido de socorro. Por sorte, nem em todos os caminheiros há aquela pressa de chegar ao fim, e, em primeiro. Foram esses, os que caminham embalados pela madornice da paisagem, que ouviram os urros que eu proferia na tentativa de chamar um pronto socorro.
Tal como o INEM, os ESNT responderam à chamada, só que mais depressa, e, de repente, fiquei rodeado por socorristas que tentavam garrotear-me para estancar o sangue, lavar-me a face pela senilidade e aliviar-me a alma pelo orgulho ferido. Sacaram das mochilas o SOS que tinham e foi com: lenços higiénicos, toalhitas higiénicas, pensos rápidos higiénicos, creme higiénico para lavar as mãos, e muitos mimos, que me aliviaram do desconforto de apresentar uma cobertura com as mossas deixadas pelos açoites que me infligiram.
A marcha foi retomada.
Acompanhado por pacientes companheiros, lá fui andando sem nada que perturba-se o meu aparelho motor nem a minha coordenação sensorial. Levava um ar limpo e apresentável mas, as mazelas cumpriam a sua tarefa e, aos poucos, as marcas da sua presença iam ficando mais nítidas, não tardando a que as zonas atingidas ganhassem formas de coisa hedionda.
O nariz ia crescendo tal como o do Pinóquio, só que sem necessidade de mentira minha, estava a ficar bem visível para que todos acreditassem. Da minha boca não saiam mais do que projetos de palavras pois os lábios pareciam ter sido injectados por verniz “botox” e eu quase não abria a cavidade bocal. A minha imagem, vista num relance ao espelho, era a do modelo que o Dr. Frankenstein usou para criar o boneco com que ele brincava nas horas de lazer. Enfim, nada que impedisse os membros inferiores de cumprir, até ao último metro, o caminho que tinha sido traçado para gozarmos umas horas de diversão e gosto pela aventura.
E é quando tudo parece claro, quando tudo parece não ter sinais de sarilhos, quando tudo parece um lindo lago azul coberto de nenúfares onde as libelinhas se estendem para serem seduzidas pelo sol brilhante que aquece e ilumina o vale verdejante, que o inesperado acontece.
E aconteceu a quem era o mais improvável acontecer.
Uns km e horas à frente, numa ravina de terreno movediço, o solo deu novo sinal de revolta e, num acto de subtil destreza, rasteirou, com adornos de malvadez, a companheira que escala paredes e dá gancho de krav, nossa amiga Catherine De Freitas.
Só vi quando já estava sentada, pensei que seria a posição escolhida para melhor focar o plano desejado para a foto que pretendia registar. Logo me apercebi que estava errado pelo movimento que à sua volta num instante se gerou, quase não deixando trabalhar os ESNT que já abriam as mochilas SOS.
Depressa tivemos a percepção de que a queda não fora apenas para deitar abaixo. O solo desta vez esmerara-se e golpeara sem dó nem piedade a nossa companheira infringindo-lhe um golpe profundo, no braço e… no orgulho.
Tratada, acondicionada e combalida, mostrou valentia e coragem ao deslocar-se por pé próprio até à estância que se encontra por aqueles lados e por onde passava a caminhada. Ali foi requisitado transporte para que a paciente fosse transportada ao hospital mais próximo para ser observada por um profissional de saúde que, na gíria, é usual ser chamado de médico. Sabe-se que lhe coseram o golpe, sabe-se que não detectaram ossos fracturados, calcula-se que tivesse saído em perfeita sintonia com a vontade de quilometrar os calcantes pois sabe-se que, no dia seguinte, andou por Sintra, percorrendo 30 km de serras e matas apesar… da perna com gesso!?
Foi uma caminhada que deixou marcas, só por uns dias, e deixou recordações, essas para sempre.

No outro dia fui eu ao hospital, outra aventura que se ainda me lembrar como foi, talvez vos conte…


PS: queria ilustrar isto com imagens da caminhada mas a insanidade tomou conta dos administradores e estes varreram todo o registo fotográfico. tentei uma do amigo do Frank mas era bonito demais

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Porto Touro




Estávamos nos últimos dias de Agosto e tínhamos combinado efetuar a próxima caminhada no primeiro sábado de Setembro que seria daí a uma semana, as férias tinham acabado e estava em casa a pensar se deveria ou não caminhar no dia seguinte, sábado. Almocei e logo a seguir decidi que não ia ficar quieto, tinha de caminhar e sem pensar mais lancei o repto no facebook as pessoas do grupo... quem queria ir caminhar no dia seguinte?

Os apelos tiveram ouvidos e as reacções não se fizeram tardar, durante a tarde fomos nos juntando e ao fim do dia éramos 11 almas prontas a desafiar as falésias do Cabo da Roca, ponta mais ocidental da Europa e no dia seguinte com muito calor e bem cedo chegámos ao ponto de encontro na aldeia da Azoia.

Dali rumámos ao oceano às falésias do Guincho Velho e ao chamado Porto Touro mas para nossa decepção apenas avistámos terra queimada, cinzas e odor a fogo de um incêndio havido 2 dias antes. Apesar disso ainda havia beleza naquelas paisagens embora uma beleza triste sinal de destruição de uma zona que antes era escrita em tons de verde.



Ao longe o Abano


Terra queimada






E chegámos as arribas do Guincho Velho, um local mágico cheio de ilhas-rochedos e falésias alcantiladas com as varias tonalidades de rocha a compor a paisagem, um dos mais belos locais da costa portuguesa.



Guincho Velho

Guicho Velho




Por belos e difíceis trilhos chegámos ao Porto Touro e ao chamado Espigão das Ruivas, um sitio arqueológico sobre o qual já muita tinta correu, havendo quem defenda ter sido uma espécie de farol pré-romano, outros um santuário de culto ao sol e a lua.

Porto Touro


Porto Touro










Contornámos assim todo o rendilhado de costa que vai do Guincho até ao farol do cabo da Roca, com subidas e descidas íngremes, rochedos, falésias e trilhos difíceis e paisagens verdadeiramente surreais.




Malhada do Ouriçal
Cabo da Roca








Chegados ao Cabo da Roca parámos no fresco de um bar ali existente onde nos refrescámos e recuperámos do forte calor que se fazia sentir.

Farol do Cabo da Roca



Novamente rumámos para sul, para a aldeia da Azoia onde tínhamos deixado os carros e assim completámos mais uma rota pequena mas tão bela quanto difícil.