terça-feira, 21 de maio de 2013

Na Ponta mais ocidental do Continente Europeu


 
O local “Onde a terra se acaba e o mar começa”, assim o descreveu Luís Vaz de Camões (in Os Lusíadas), o promontorium magnum dos Romanos, foi o nosso destino no ultimo sábado.

 

Praia Grande
Praia Grande


Eram 9:00 horas quando 17 valentes destemidos iniciaram a travessia e dobraram o cabo da Roca, ponta mais ocidental do continente europeu num percurso que apesar dos seus diminutos 16 km é capaz de arrasar o mais bem preparado dos caminheiros, dada a quantidade de subidas e descidas (1.300 metros de desnível positivo e 1.300m de desnível negativo), capaz de rivalizar com alguns difíceis percursos nos Pirineus ou nos Alpes.




Inicio da caminhada

Assim, iniciámos o nosso périplo na Praia Grande a norte do Cabo e subimos a arriba debaixo de chuva intensa que felizmente parou no final da subida... de tal forma que nem pudemos observar as pegadas de dinossauro existentes ao lado do trilho.


A subir pelo trilho das pegadas dos dinossauros



Chegados ao topo da arriba pudemos observar a paisagem sobre a praia Grande até onde o horizonte o permitia.




Praia Grande


E continuámos pela arriba com uma bela vista da baía da Adraga até à forte descida para a dita praia da Adraga.




Enseada da Adraga


Descida para a Adraga

   


Adraga


E claro, depois de uma forte descida, tivemos uma forte subida para novamente ficarmos no topo de mais uma arriba com vista para a enseada da praia do cavalo, 




Praia do Cavalo



de rochedos já batizados pelo povo, tais como a Pirâmide e a Sentinela.




A Pirâmide


E finalmente a Praia da Ursa, um local selvagem de rara beleza, fruto de milhões de anos de erosão provocada pela força do oceano atlântico, considerado inclusive pelo Guia Michelin uma das praias mais bonitas do mundo.




Praia da Ursa


Escarpas pontiagudas entre falésias, cascatas, um pequeno areal e inúmeras rochas trazidas pelo mar fornecem um manancial quase inesgotável de imagens arrebatadoras, entre as quais um rochedo a que chamam a Ursa pela sua parecença com aquele animal.


Rochedo da Ursa



Praia da Ursa



Praia da Ursa


A descida para este local faz-se por um estreito acesso com dificuldade técnica e um declive bastante acentuado.


Inicio da descida para a praia da Ursa



Descida para a praia da Ursa


A maré estava alta o que dificultou a passagem do grupo, tivemos então que voltar as velhas regras de pescadores e surfistas e esperar pela sétima onda depois da maior, verdade ou não, lá passámos todos sem nos molharmos.


A passagem no intervalo das ondas


Depois de apreciar as belezas deste local, voltamos a subir a escarpa desta vez a caminho do farol do cabo da roca,




saída da praia da Ursa

Rochedo da Ursa ao fundo


o tal promontorium magnus da época romana, o final da cordilheira central ibérica que partindo do nordeste de Espanha acaba aqui abruptamente sobre o atlântico, dando origem as sierras de Guadarrama e Gredos em Espanha e da Estrela, Aire, Montejunto e Sintra em Portugal. 







Podemos neste local observar a flora endémica a Armeria Pseudoarmeria, vulgarmente chamada de Cravo Romano.


Armeria Pseudoarmeria


Depois de chegarmos ao topo do cabo e antes de iniciarmos uma nova descida decidimos parar para o Banana Time, uma pequena pausa para retempero das pernas e do estômago.



Banana Time onde houve quem aproveitasse para vestir roupa mais fresca



Em seguida descemos abruptamente para a praia da Malhada do Ouriço, uma pequena enseada de pedras roladas num dramático ambiente rochoso e que tem um pequeno ilhéu furado que empresta um exótico toque de beleza ao local.




 
Malhada do Ouriçal


O que carateriza melhor a dificuldade desta caminhada é a quase ausência de percurso plano, ora descemos abruptamente ora subimos vertiginosamente e assim mais um vez subimos até às ruínas do antigo forte do Espinhaço, construído no século XVII, constitui um excelente miradouro sobre o cabo.





E do forte ao olharmos para trás deparamos com uma paisagem quase surreal do cabo da Roca e seu farol, sentinela do Oceano Atlântico.

Cabo da Roca


Depois de mais uma sucessão de subidas e descidas com vistas únicas sobre as falésias, chega a hora do Lunch time seguido de uma breve "siesta" em cima dos blocos de granito.








Chegamos ao Porto Touro, local com vestígios humanos da idade do ferro, nomeadamente o rochedo a que chamam o Espigão das Ruivas, possível farol da época romana ou local de culto ao sol e a lua.














Mas ainda mais subidas e descidas tínhamos que vencer antes de chegar ao terminus da nossa atividade, a praia do Abano.




Praia do Abano à vista




Onde nos esperava um delicioso bolo de canela, maçã e noz oferta de uma companheira prestes a cumprir aniversário!



 









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