O local “Onde a terra se acaba e o mar começa”, assim o descreveu Luís Vaz de Camões (in Os Lusíadas), o promontorium magnum dos Romanos, foi o nosso destino no ultimo sábado.
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Praia Grande |
Eram 9:00 horas quando 17 valentes destemidos iniciaram a travessia e dobraram o cabo da Roca, ponta mais ocidental do continente europeu num percurso que apesar dos seus diminutos 16 km é capaz de arrasar o mais bem preparado dos caminheiros, dada a quantidade de subidas e descidas (1.300 metros de desnível positivo e 1.300m de desnível negativo), capaz de rivalizar com alguns difíceis percursos nos Pirineus ou nos Alpes.
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Inicio da caminhada |
Escarpas pontiagudas entre falésias, cascatas, um pequeno areal e
inúmeras rochas trazidas pelo mar fornecem um manancial quase
inesgotável de imagens arrebatadoras, entre as quais um rochedo a que chamam a Ursa pela sua parecença com aquele animal.
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Rochedo da Ursa |
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Praia da Ursa |
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Praia da Ursa |
A descida para este local faz-se por um estreito acesso com dificuldade técnica e um declive bastante acentuado.
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Inicio da descida para a praia da Ursa |
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Descida para a praia da Ursa |
A maré estava alta o que dificultou a passagem do grupo, tivemos então que voltar as velhas regras de pescadores e surfistas e esperar pela sétima onda depois da maior, verdade ou não, lá passámos todos sem nos molharmos.
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A passagem no intervalo das ondas |
Depois de apreciar as belezas deste local, voltamos a subir a escarpa desta vez a caminho do farol do cabo da roca,
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saída da praia da Ursa |
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Rochedo da Ursa ao fundo |
o tal promontorium magnus da época romana, o final da cordilheira central ibérica que partindo do nordeste de Espanha acaba aqui abruptamente sobre o atlântico, dando origem as sierras de Guadarrama e Gredos em Espanha e da Estrela, Aire, Montejunto e Sintra em Portugal.
Podemos neste local observar a flora endémica a Armeria Pseudoarmeria, vulgarmente chamada de Cravo Romano.
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Armeria Pseudoarmeria |
Depois de chegarmos ao topo do cabo e antes de iniciarmos uma nova descida decidimos parar para o Banana Time, uma pequena pausa para retempero das pernas e do estômago.
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Banana Time onde houve quem aproveitasse para vestir roupa mais fresca |
Em seguida descemos abruptamente para a praia da Malhada do Ouriço, uma pequena enseada de pedras roladas num dramático ambiente rochoso e que tem um pequeno ilhéu furado que empresta um exótico toque de beleza ao local.
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Malhada do Ouriçal |
O que carateriza melhor a dificuldade desta caminhada é a quase ausência de percurso plano, ora descemos abruptamente ora subimos vertiginosamente e assim mais um vez subimos até às ruínas do antigo forte do Espinhaço, construído no século XVII, constitui um excelente miradouro sobre o cabo.
E do forte ao olharmos para trás deparamos com uma paisagem quase surreal do cabo da Roca e seu farol, sentinela do Oceano Atlântico.
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Cabo da Roca |
Depois de mais uma sucessão de subidas e descidas com vistas únicas sobre as falésias, chega a hora do Lunch time seguido de uma breve "siesta" em cima dos blocos de granito.
Chegamos ao Porto Touro, local com vestígios humanos da idade do ferro, nomeadamente o rochedo a que chamam o Espigão das Ruivas, possível farol da época romana ou local de culto ao sol e a lua.
Mas ainda mais subidas e descidas tínhamos que vencer antes de chegar ao terminus da nossa atividade, a praia do Abano.
Onde nos esperava um delicioso bolo de canela, maçã e noz oferta de uma companheira prestes a cumprir aniversário!
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